A produção textual e o raciocínio linguístico 6

Mestre, ouvi dizer que “ponto e vírgula suja o texto”. É verdade?

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 Não se deve usar? Há regras e particularidades sobre o emprego do “ponto e vírgula”? Quando usá-lo?

 Um texto escrito se constrói com palavras e pontuação. As palavras são centenas de milhares, mas os sinais de pontuação existentes se limitam a algo em torno de dez; por isso, devem ser usados com criatividade e imaginação, sem esquecer a clareza e a correção.

Há pessoas que consideram o ponto e vírgula ultrapassado, mas ocorrem situações em que ele é corretíssimo e criativo, e, outros, nos quais, combinado com certas vírgulas, dá uma boa expressividade ao texto.

 Veja os exemplos:

 1)      “Nos EUA, as eleições são bem confusas; no Brasil, querem fazê-las voltar ao passado.”

2)      “As fofocas parecem ser alimentadas pelas redes sociais; no entanto, elas estão na alma das pessoas, e não na tecnologia digital.”

3)      “Polícia ocupa a região conturbada; e treze escolas, por precaução, suspendem aulas.”

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A produção textual e o raciocínio linguístico 5

            “Bom dia! Vamos iniciar o noticiário do dia de hoje, falando de um dia fundamental para a democracia no mundo.”

  Ao ouvir a fala da apresentadora iniciando o noticiário, assustei-me com a quantidade de repetições desnecessárias, o que empobrece demais a produção textual. Se é horrível na fala, imagine em um texto escrito.

Bastava falar ou escrever assim:

             “Bom dia! Vamos iniciar o noticiário, falando de um momento fundamental para a democracia no mundo.”

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A produção textual e o raciocínio linguístico 4

A sociedade brasileira, ela precisa se conhecer melhor; assim, os resultados da próxima eleição têm de ser analisados em todos os seus detalhes.”

Como é feio! Mas é bem comum na língua falada tal repetição do sujeito!

Viu como o “ela” não era necessário?

Dá-se a isso o nome de pleonasmo; no caso, um pleonasmo do sujeito totalmente desnecessário.

Tanto na escrita quanto na fala, em que é bem mais corrente, é um caso típico de insegurança e despreparo. Sempre, porém, muito desagradável; por isso, deve ser evitado.

O parágrafo ficaria mais elegante se fosse escrito ou falado assim:

            “A sociedade brasileira precisa se conhecer melhor; assim, os resultados da próxima eleição têm de ser analisados em todos os seus detalhes.”


Fantasmas da Análise sintática 28) O “em que” pode ser predicativo do objeto?

Estudando as orações subordinadas na gramática do professor Manoel Pinto Ribeiro, encontrei o seguinte período:

[(1) Pelo menos naquele tempo não sonhava ser o explorador feroz] [(2) em que me transformei]

A oração 2 está classificada como subordinada adjetiva restritiva. Até aí, entendi, mas não consegui compreender como o "em que" é, sintaticamente, predicativo do objeto direto. O sr. poderia me explicar?

Que tal aprender esse conteúdo tão complicado, que nunca “entrou”, devidamente, na sua cabeça?

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Veja que o “que” é um pronome relativo, que retoma “explorador feroz”. Sendo assim, podemos imaginar a oração subordinada adjetiva restritiva “em que me transformei” como equivalente a “Eu me transformei num explorador feroz”, se a estrutura fosse de uma oração absoluta.

Passemos, então, a analisar tal estrutura sintática:

Eu – sujeito;

Transformar – verbo transitivo direto;

Me - objeto direto (valor reflexivo);

Num explorador feroz – predicativo do objeto direto;

Não é outra pessoa, outro objeto, mas, sim, uma qualidade atribuída a alguém, no caso ao objeto, depois da ação verbal de “transformar”.

Assim, é predicativo do objeto, porque indica um novo estado do objeto.

A oração equivaleria a “Eu fiz com que eu mesmo fosse um explorador feroz.”

Poderia, ainda, haver uma dúvida na consideração de o predicativo ser do objeto e não do sujeito, uma vez que sujeito e objeto são a mesma pessoa, no entanto, se desfizéssemos tal situação, ficaria claro que a referência, nessa estrutura sintática, é ao objeto e não ao sujeito:

“Eu o transformei num explorador feroz”.

O, agora, “explorador feroz” é “ele” e não “eu”.


Fantasmas da Análise sintática 27) “Carinhosa” se refere ao sujeito ou ao objeto?

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Professor, “carinhosa” se refere à aluna ou à professora? Na oração:  "A professora recebeu a aluna carinhosa"; Como identificar se o predicativo se refere à PROFESSORA ou à ALUNA (mesmo havendo a pausa)?

Parece-me que, sem um contexto que identifique a quem se refere o adjetivo, é impossível saber com precisão.

Não havendo pausa entre “aluna” e “carinhosa”, não se discute: é adjunto adnominal!

Com a pausa, a frase fica ambígua e, assim, pode ser predicativo do sujeito ou do objeto.

Numa prova sem um contexto esclarecedor, seria uma questão mal formulada; então, o professor teria de aceitar as três respostas.

Haveria outras maneiras de escrever a frase para que fosse clara.

1)      “Carinhosa, a professora recebeu a aluna.” / “carinhosa” refere-se à professora – predicativo do sujeito

2)      “A professora, carinhosa, recebeu a aluna.” / “carinhosa” refere-se à professora – predicativo do sujeito

3)      “A professora recebeu a carinhosa aluna.” / “carinhosa” refere-se à aluna – adjunto adnominal

Numa quarta hipótese, ainda haveria dúvida:

4)      “A professora recebeu carinhosa a aluna.” / “carinhosa” pode referir-se à professora ou à aluna – predicativo do sujeito ou do objeto

Perdemos essa diferença, na língua, quando houve o desaparecimento dos casos latinos: nominativo, acusativo... Sendo predicativo do sujeito, referindo-se à professora, o adjetivo ficava no nominativo; no caso de se referir à aluna, o predicativo do objeto ficava no acusativo.

Não tem jeito. Só o contexto resolve.